Mãe passa 120 dias à espera de liberação do corpo de seu filho em maternidade, na PB

Ana Paula Cardoso – Foto: Reprodução/ Tv Cabo Branco

Por Edilane Santos

No dia 10 de Março do decorrente ano, Ana Paula Cardoso, de 24 anos, deu à luz a gêmeos, na Maternidade Frei Damião, em João Pessoa. Infelizmente, um dos bebês nasceu morto e a mãe levou apenas um dos filhos para casa porém, 15 dias após seu nascimento, pela necessidade de ficar em uma UTI neonatal para que ganhasse mais peso.

Além da angústia de não poder carregar nos braços o outro filho que esperava, Ana Paula ainda teve que passar pelo sofrimento de esperar 120 dias pela liberação do corpo de seu bebê, que já nasceu sem vida.

Segundo Ana, após a alta médica por ter passado “quinze dias aqui internada e nada deles me falarem do corpo do outro. Eu saí, deixei número de telefone de minha irmã, de minha mãe e até do motorista do carro que levou a gente, e eles nada de me informarem”.

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Joseph da silva, de 17 anos, pai da criança, relatou que na unidade de saúde tentou ver o corpo de seu filho no entanto, não foi autorizado.  Após a alta médica de sua mulher e do outro filho, Joseph voltou a Maternidade para tentar a liberação do corpo de seu bebê, mas também não foi autorizado a fazer o reconhecimento.

Os pais só conseguiram fazer o reconhecimento do corpo do bebê e receber a declaração de óbito na última quinta-feira (14), depois de 120 dias de espera, e logo após o levaram a Mataraca, onde residem, para que o sepultamento possa, enfim, acontecer.

A Maternidade informou em nota que: desde o momento que a gestante adentrou ao serviço, já estava ciente pelo exame de ultrassonografia que se tratava de uma gestação gemelar e um dos fetos estava morto. E após esperar 90 dias da alta da mãe, como a família não voltou para pegar o corpo, o Serviço Social da maternidade entrou em contato com os pais e também com o Serviço Social do município de origem dos mesmos, solicitando que viessem recolher o corpo”.

Em outra versão, a família e o assistente social responsável pelo caso, afirmam que apenas depois do parto, que foi realizado por meio de cesárea, é que Ana foi informada por profissionais da unidade de saúde que apenas um dos gêmeos havia sobrevivido, porém não conseguiu vê-lo.

Posterior a liberação do corpo do bebê, o pai conta que ainda assim teve dificuldade em ver o filho: “Eu pedi pra ver o corpo da criança, e a Assistência Social falou que só posso ver o corpo da criança assim que a funerária chegar, quando botar dentro do caixão. E eu posso ver ele ali, naquele momento, aqui eu não posso ver meu filho. Eu tô pedindo pra ver meu filho e não posso. Depois de tanto tempo, causando ainda mais dor e sofrimento pra a gente”.

O assistente social relatou que ao ser procurada para averiguar a situação, ele entrou em contato com a maternidade e a resposta deles foi que os procedimentos subsequentes a morte da criança foram passadas a mãe contudo, ela aparentava estar “um pouco aérea”.

Ana Paula disse ainda que “A Maternidade mesmo podia ter me avisado de tudo no começo porque tinha me poupado de outro sofrimento. Porque é duro pra mim. Como mãe, é muito difícil pra mim. Passar por tudo isso de novo é muito difícil”.

Da Redação, FontePB com informações da TV Cabo Branco

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