OPINIÃO: “É o grau de comprometimento que determina o sucesso, não o número de seguidores”

Já se tornou um dos maiores clichês do mundo a frase “fique em casa” diante da pandemia que se estende ao longo dos últimos cinco meses em todo planeta. A expressão que para muitos é sinônimo de egoísmo, tendo em vista a necessidade da população em sair de casa pra trabalhar e garantir seu amanhã, para outros é um gesto de amor e empatia, considerando risco a saúde o simples fato de ir ao mercado. Em meio a tanta polêmica que permeia o enredo da pandemia causada pelo coronavírus, vemos se aproximar o momento mais fervoroso entre os municípios e estados Brasileiros: as eleições.

Nossa região é tradicional pelas grandes manifestações politicas em forma de carreatas, passeatas e comícios onde a população, vestida com a cor que representa seu partido, se junta pelas ruas como forma de afirmar seu apoio ao candidato de sua preferência. Tal ato é tradicional pela crença de que o partido que colocar mais gente na rua vai “meter medo” no que não conseguir arrastar uma multidão tão grande assim. Na verdade, a única coisa que determina a quantidade de apoiadores é a contagem dos votos ao abrir-se as urnas.

A questão é: as determinações de saúde em combate ao coronavírus serão seguidas? O fato da última segunda feira (10), na cidade de Pilõezinhos, na Paraíba, nos dá indícios do que pode vim por aí. O feito da conta de um grupo de apoiadores a gestão municipal de Pilõezinhos aglomerados pelas ruas da cidade após uma entrevista concedida na rádio do município pela prefeita em exercício. Mesmo com todas as orientações de prevenção veiculadas em todos os meios de comunicação e redes sociais no mundo inteiro, a população pareceu bem mais preocupada em demonstrar apoio á candidatura da prefeita local.

Além da falta de responsabilidade por parte dos manifestantes, é possível perceber a falta de preocupação da referida gestão em conter o grupo, levando em conta que o movimento iniciou-se em frente a rádio onde a entrevista era concedida e logo após tomou as ruas da cidade. Talvez o movimento deu-se em decorrência da diminuição de casos dos infectados no município, fato esse que não diminui o perigo nem o contágio do vírus. Como prova, no dia seguinte (11), a cidade amanheceu de luto em decorrência a morte da segunda pessoa na cidade pela Covid-19.

É indiscutível a necessidade da população de se adaptar ao novo normal. Além disso, é imprescindível que a classe política volte seus olhos para a real necessidade do povo e descentralize o poder que lhe foi dado pelo mesmo povo que hoje morre por falta de pulso e pela incapacidade das gestões em cumprir o que outrora foi prometido em palanques políticos, onde ainda se podia aglomerar.

Por Redação FontePB – Opinião

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