Políticos erram ao insistir em falar de números ao invés de pessoas

Não é de hoje que os políticos tentam impressionar eleitores, simpatizantes e até adversários apresentando números. Sejam a quantidade de casas construídas, de ruas asfaltadas ou os milhões destinados em recursos para obras e ações. É uma estratégia que pode até ter tido certo impacto outrora, todavia com a evolução na maneira de se comunicar e com a alta do discurso de “humanização”, não são mais os números puros que causam conexão das pessoas com a mensagem.

Como estudioso constante do Marketing Político tenho defendido, embora ainda seja uma batalha dura diante dos políticos, que para gerar conexão entre eleitores e mandatos, gestões e pessoas, não há uma fórmula mágica, tudo dependerá de uma análise de cenário, mas algo é imprescindível: excluir de vez a ideia de mostrar apenas números para validar ações políticas ou institucionais. É simples de entender. Em si tratando de valores, muitas vezes o cidadão sequer sabe mensurar quanto seja milhão ou milhões; muitos não fazem ideia de quilômetros de asfalto ou metros quadrados em paralelepípedos. Engana-se quem pensa que isso causa impacto ou comunicação efetiva.

Diante do exposto, para resolver essa questão, o que tenho defendido, é que a comunicação política ou institucional deve focar nas pessoas. Não são os milhões destinados, mas sim qual benefício isso vai gerar na vida de “dona Maria”, que mudou porque agora tem um lar; de “seu José” que agora tem o sorriso cuidado perto de casa, graças ao posto de saúde recém-inaugurado.

Para confirmar o que digo acima, compartilho imagens de uma viagem recente à Bahia, onde me chamou a atenção a estratégia de comunicação da Prefeitura de Salvador, que ao que parece já entendeu como fazer comunicação assertiva. Embora se tenha uma grande obra, o foco não é o investimento, mas o impacto na vida de quem será beneficiado.

Aos que trabalham com comunicação política ou governamental, sugiro mergulhar um pouco na estratégia de storytelling e jamais esquecer da máxima de que “pessoas, se conectam com pessoas”.

Biografia – Tony Souza